Sindicatos em Ação - Edição 40 - Novembro de 2019 - page 24

24
|
sindicatos em ação
| novembro 2019
/
sindex
Nos últimos tempos o presidente do Sindex
(Sindicato das Indústrias de Explosivos no Estado
de São Paulo ) e da Abimex (Associação Brasileira
da Indústria de Materiais Explosivos e Agregados),
Ubirajara D´Ambrósio, tem chamado atenção para
os entraves que dificultam o trabalho da indústria
de explosivos no Brasil.
Mesmo diante de uma expectativa de crescimento
constante, em torno de 5,6% nos próximos oito anos
no mercado global, no Brasil ainda existem legisla-
ções extremamente restritivas à atividade. Relatório
publicado pela Persistence Market Research esti-
mou que em 2016 foram vendidos no mundo mais
de US$ 9 bilhões em explosivos industriais. Para
2024 a expectativa é atingir o valor de US$ 14,58
bilhões, representando mais de 23 milhões de tone-
ladas métricas de explosivos industriais que serão
usados globalmente até o final de 2024.
A alternativa para tentar acompanhar essa evolu-
ção, explica D´Ambrósio, passa pelo investimento
em tecnologia. “Circulam hoje na Câmara mais
de 30 projetos com a finalidade de coibir vanda-
lismos, terrorismos, periculosidade, transportes
blindados, todos envolvendo os explosivos, sem
levar em conta o custo da implantação de cada
projeto, se aprovado”, comenta.
Para o presidente do Sindex e Abimex, o que mais
preocupa é que em nenhum projeto consta qualquer
consulta feita às entidades. Como exemplo, cita a
Escolta que mesmo em países em que há constante
ameaça terrorista, não há exigência de escolta. “O
ônus para a cadeia produtiva de explosivos é subs-
tancial, e as autoridades têm noção perfeita de que o
desaparecimento de explosivos não ocorre no trans-
porte, havendo, ao longo dos anos, raras ocorrên-
cias de desvio nesta modalidade”, afirma.
O segmento de
E X P LO S I V O S
no Brasil
Os sistemas de Rastreabilidade atualmente propostos
também trazem custos adicionais para toda a cadeia,
não levando em conta a experiência dos fabricantes de
explosivos, no caso os maiores interessados nessas tec-
nologias. “Estas propostas vêm sendo comercialmente
tratadas como a solução para os problemas que envol-
vem as detonações em caixas eletrônicos, o que não
corresponde à verdade”.
A Fiscalização e a interpretação das leis e diretrizes em
múltiplas áreas do País sem unificação de comando
devido às características peculiares das organizações
militares e governamentais e o constante turnover de
autoridades nesses órgãos tornam muito difícil a ex-
pansão industrial nesse segmento de mercado, asse-
gura o presidente das Entidades. “É preciso entender
onde estão os gargalos, antes de sair criando obstácu-
los legais ou custos desnecessários aos produtores.”
Ubirajara
D´Ambrosio
1...,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23 25,26,27,28
Powered by FlippingBook