Sindicatos em Ação - Edição 40 - Novembro de 2019 - page 15

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Segundo o 12º levantamento da Safra de Grãos 2018/2019,
da Companhia Nacional de Abastecimento, a produção de
grãos no país foi de 242,1 milhões de toneladas. Esses nú-
meros dão apenas uma amostra do que é o setor do agro-
negócio. Hoje ele representa cerca de 21% do PIB nacional,
segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, e a Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Para entender o que isso significa é importante dizer que
os investimentos seguem por toda a cadeia produtiva. O
segmento de nutrição animal, por exemplo, é a base da
produção de proteínas animais, como aves e suínos, onde
o Brasil se destaca internacionalmente entre os maiores
supridores globais. De acordo com o CEPEA/FEALQ, há
mais de 18 milhões de pessoas trabalhando no agronegó-
cio, quase 20% do total de pessoas ocupadas no País.
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e expor-
tação de vários produtos agropecuários. É o primeiro pro-
dutor e exportador de café, açúcar e suco de laranja. Além
disso, lidera o ranking das vendas externas de soja, carne
bovina, carne de frango, entre outros importantes produ-
tos, sem contar que ostentamos a lavoura mais produtiva
de algodão e somos um polo de referência em biocombus-
tíveis, feitos especialmente a partir de cana-de-açúcar e óle-
os vegetais. Vale destacar que, dos mais de US$ 100 bilhões
exportados pelo setor, mais de 50% são produtos industria-
lizados, que passaram por alguma etapa de processamento.
Integram o agronegócio uma longa e complexa cadeia pro-
dutiva que, de forma muito resumida, se divide em três
segmentos principais:
1)
as indústrias de insumos, como
fertilizantes, defensivos, nutrição animal, saúde animal,
graxarias, sementes, calcário, máquinas e implementos
agrícolas;
2)
as atividades agropecuárias propriamente di-
tas, realizadas “dentro da porteira da fazenda”, onde já se
destacam grandes empresas de capital aberto;
3)
As indús-
trias de alimentos, fibras e energia relacionadas ao setor.
Isso sem contar todo o setor de serviços, que está envolvido
em cada etapa produtiva e já compõem fatia significativa
do PIB do agronegócio.
A forte coordenação entre essas áreas permitiu um cresci-
mento de 79% da safra de grãos brasileira nos últimos dez
anos e é essa mesma coordenação que garante qualidade e
segurança na mesa dos brasileiros e aos consumidores dos
mais de 200 países que o Brasil atinge com suas exportações.
Nesse último quesito, a evolução também impressiona.
Em 2000 as exportações do agronegócio eram de US$
20,58 bilhões, com um superávit de US$ 14,84 bilhões.
Em 2018, as vendas externas tiveram um crescimento
de 392%, com uma receita de US$ 101,17 bilhões, o
que representa 42,4% de toda a exportação do Brasil.
Esses resultados levaram a Conferência das Nações
Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad)
a prever que o país será o maior produtor mundial de
alimentos na próxima década.
Recentemente, acontecimentos no contexto internacio-
nal também ajudaram as exportações do setor. A crise
comercial entre Estados Unidos e China, embora nega-
tiva em um contexto mais amplo, acabou beneficiando
um dos carros chefes da nossa pauta exportadora, a
soja. Em 2018, segundo o Ministério da Agricultura, as
exportações do grão para a China atingiram US$ 27,23
bilhões, 34,1% a mais que no ano anterior.
As exportações de carnes também registraram alta de-
pois que uma epidemia de peste suína africana atacou
os rebanhos chineses. No acumulado dos nove meses de
2019, em comparação ao mesmo período de 2018, a re-
ceita com as exportações de carne bovina subiram 20%,
de carne de frango 38%, e de carne suína 56%. O que re-
força a condição privilegiada do agronegócio brasileiro
para atender a demanda global por alimentos.
Roberto Betancourt - diretor do Deagro
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