Sindicatos em Ação - Edição 39 - Setembro de 2019 - page 13

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O mercado de explosivos no Brasil é promissor, mas não
podemos negar que ainda deverá enfrentar muitos desa-
fios tecnológicos e entraves burocráticos. Estudos indi-
cam que até 2022, o mercado de explosivos industriais na
América do Sul será de US$ 1,4 bilhões em2022, cabendo
ao Brasil 55% desse total.
Não é preciso pensar muito para imaginar que com um
crescimento desse porte na produção de explosivos in-
dustriais, os órgãos de meio ambiente intensificarão as
restrições a esse mercado. Qual a alternativa? Intensificar
a escalada de produção para o patamar 4.0, utilizando em
larga escala o IoT e reduzindo o impacto ambiental.
O Brasil precisa implementar urgentemente um proje-
to de reindustrialização com ênfase em indústria 4.0,
como é definida a integração na indústria de transfor-
mação de tecnologias de Big Data, inteligência artifi-
cial e Internet das Coisas, entre outras, com o objetivo
de aumentar o nível de automação e possibilitar novas
formas de organização dos sistemas de produção.
O número de utilizadores de explosivos no Brasil já ul-
trapassa a 10.000 estabelecimentos compostos de mine-
ração, indústria de agregados, cimenteiras, construtoras
e demolidoras entre outras e essas atividades deverão,
em conjunto, atingir mais de 10% do PIB em 2022.
São transportados 30 mil toneladas/mês de explosivos,
o que representa 5% da frota circulante, aproximada-
mente 6.000 viagens mensais cobrindo todo o territó-
rio nacional, percorrendo 15 milhões de Km por ano,
sendo 71.000 km de estradas Federais e Estaduais.
O Brasil é um dos países com as regulações mais restri-
tivas do mundo. Mais de 38 projetos de Lei tramitam
na Câmara dos Deputados, sobre o tema explosivos
sem nunca ter havido qualquer consulta ao Sindex ou
Abimex. Os sistemas de Rastreabilidade atualmente
propostos, também trazem custos adicionais para toda
a cadeia, devido as suas complexidades e praticas não
Os desafios para o
MERCADO
de
EXP LOS I VOS
levando em conta a experiência dos fabricantes de
explosivos, no caso os maiores interessados nessas
tecnologias.
O Volume de normas existentes a partir da criação
da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados
(DFPC) amparada noDecreto nº 87.738, de 20 de ou-
tubro de 1982, estabeleceu uma quantidade enorme
de normas e regulações no trato com o explosivos,
situação que não é vivenciada em outros países.
Resumindo, o mercado de explosivos é promissor,
tem espaço para crescimento continuado, mas é um
segmento enfraquecido por normas, burocracia, ima-
gem e elevação constante com custos desnecessários.
Ubirajara D' Ambrósio
Por: Ubirajara D´Ambrósio
presidente do Sindex (Sindicato das
Indústrias de Explosivos no Estado de São Paulo) e Abimex (Associação
Brasileira da Indústria de Materiais Explosivos e Agregados)
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