setembro 2019 |
sindicatos em ação
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A escalada tarifária protagonizada pela China e
pelos Estados Unidos já se arrasta há mais de um
ano. Seu início ocorreu em julho de 2018, quando o
presidente Donald Trump aplicou sobretaxas contra
produtos originários da China, acusando o país de
violar direitos de propriedade intelectual de firmas
norte-americanas1. Esse movimento ensejou reta-
liações pelo governo chinês, deflagrando rodadas
sucessivas de sobretaxas entre os dois países.
Até o fim de agosto de 2019, os Estados Unidos
já haviam aplicado sobretaxas contra US$ 250 bi-
lhões em importações de produtos chineses, en-
quanto a China aplicou sobretaxas contra US$110
bilhões em produtos norte-americanos. As tarifas
adicionais aplicadas de maneira recíproca entre
ambos os países envolvem, ao todo, 12.884 linhas
tarifárias e variam de 5% a 25%. Novas rodadas
de sobretaxas estão previstas para setembro e de-
zembro de 2019.
Diante deste cenário, o estudo elaborado pelo De-
rex busca delinear as potenciais oportunidades ofe-
recidas no curto prazo aos exportadores brasileiros
em suas transações comerciais destinadas à China
e aos Estados Unidos. É importante destacar que
os produtos brasileiros exportados a estes merca-
dos não são afetados pelas referidas sobretaxas, o
que tende a torná-los mais competitivos em rela-
ção aos concorrentes chineses e norte-americanos.
Segundo o estudo, os principais produtos brasi-
leiros que já conseguiram ampliar a sua partici-
pação nos mercados em disputa, já no primeiro
semestre de 2019, foram algodão, açúcar, fumo,
cobre e matérias pécticas (no caso das exporta-
ções destinadas à China), bem como determi-
nados produtos químicos, óleos e preparações,
determinadas ferro-ligas, partes de máquinas e
polímeros de propileno (no caso das exportações
destinadas aos Estados Unidos). Estes produtos,
além de terem sofrido variação positiva nas ex-
portações aos EUA e à China após a aplicação das
sobretaxas, já possuíam regularidade nos embar-
ques a estes mercados.
Para que os exportadores brasileiros possam
compreender a dimensão das oportunidades ofe-
recidas nestes mercados estrangeiros, o estudo
também promove uma análise de preços das mer-
cadorias brasileiras, comparando-os com aqueles
praticados pela concorrência estrangeira. Avalia
ainda a participação do Brasil nas importações re-
Os Estados Unidos
já haviam aplicado
sobretaxas contra
US$ 250 bilhões
em importações de
produtos chineses"
A China aplicou
sobretaxas contra
US$110 bilhões
em produtos
norte-americanos."
Thomaz Zanotto
