Sindicatos em Ação - Edição 16 - Setembro de 2015 - page 19

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Para ele é preciso avaliar o que foi feito para entender os
efeitos sentidos atualmente. Um ponto de partida inte-
ressante é o forte crescimento chinês a partir dos anos
2000, e com ele o período conhecido como Boom das
Commodities, que trouxe consigo elevação dos preços
dos produtos básicos e forte expansão da demanda in-
terna, da renda e do emprego.
A concorrência dos importados no mercado interno e a
valorização do real diante das demais moedas controlou a
inflação, apesar do aumento do consumo das famílias. Ao
mesmo tempo, os preços que não sofriam a concorrência
externa, explica o gerente do Depecon, registraram forte
expansão, os produtos industriais viram suas margens se-
rem achatadas para controlar a inflação.
O crescimento das importações não só atingiu a produ-
ção local, como levou para o exterior a renda do país. “De
um lado o produtor tinha custos crescentes devido aos
aumentos dos preços internos, e de outro a impossibili-
dade de repassar esse custo para seus produtos, temendo
a concorrência do produto importado”, lembra Moreira.
Um exemplo:
o custo industrial saiu de 100 em 1994 e
chegou a 631 hoje. Um produto importado que custasse
os mesmos 100 em 1994, custa hoje 431, mesmo com a
forte desvalorização cambial recente.
Com o fim do modelo brasileiro, pontos conside-
rados positivos começaram a ter efeitos contrários,
como:
8
Fim do ciclo de preços das Commodities devido
ao desaquecimento da economia global;
8
Deterioração das condições econômicas acaba-
ram com a âncora cambial;
8
Elevação da inflação leva à necessidade de polí-
ticas contracionistas;
8
Perda de participação da indústria no PIB tirou
a capacidade de crescimento da economia brasileira.
Guilherme Moreira - gerente do Depecon
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