Sindicatos em Ação - Edição 16 - Setembro de 2015 - page 20

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E foi diante desse cenário que a economia se voltou
para a indústria de transformação. Deixada de lado
durante o ápice do crescimento, ela se viu sem for-
ças para atuar como mecanismo de recuperação. “De
2003 para 2014, a participação industrial de transfor-
mação caiu de 16,9% para 10,9%, o menor nível da
série histórica iniciada em 1947”, comenta Moreira.
Outro reflexo direto foi a queda na arrecadação,
mesmo a indústria ainda sendo responsável por
33% dos tributos arrecadados. Para reverter esse
quadro é fundamental olhar além da crise e bus-
car a recuperação do setor industrial, que possui
papel relevante no desenvolvimento econômico.
Na análise do Depecon a desvalorização cambial
pode trazer benefícios para o setor industrial bra-
sileiro. “O câmbio pode gerar oportunidades para
a reconstrução da cadeia produtiva nacional, além
de aumentar a competitividade das exportações”.
O gerente do Depecon lembra que para avaliar
a força e a importância da indústria para a eco-
nomia, basta comparar o maior valor adicionado
por trabalho na comparação indústria e setor de
serviços. Enquanto o trabalhador da indústria
tem 43,8 mil reais o de serviços registra 20,8 mil
reais. “Além disso, por ser intensivo em capital a
indústria é o motor do crescimento no longo pra-
zo, sendo responsável pela geração e difusão de
inovações tecnológicas que contribuem para o
aumento da produtividade da economia”.
A Fiesp e várias outras entidades têm alertado
para o fato de que o modelo imaginado pelo go-
verno se esgotou. A solução passa por traçar um
novo modelo, novas regras, redução de gastos e
desperdício do setor público, diminuição de tri-
butos, redução da taxa de juros e volta da confian-
ça e do investimento.
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